Lesbianismo: um ato de resistência, por Cheryl Clarke

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Ser lésbica em uma cultura tão supremacista-machista, capitalista, misógina, racista, homofóbica e imperialista como a dos Estados Unidos é um ato de resistência – uma resistência que deve ser acolhida através do mundo por
todas as forças progressistas. Não importa como uma mulher viva seu lesbianismo – no armário, na legislatura ou na câmara. Ela se rebelou contra sua prostituição ao amo escravista, que corresponde à fêmea heterossexual que
depende do homem. Essa rebelião é um negócio perigoso no patriarcado. Os homens de todos os níveis privilegiados, de todas as classes e cores possuem o poder de atuar legal, moral e/ou violentamente quando não podem colonizar as
mulheres, quando não podem limitar nossas prerrogativas sexuais, produtivas, reprodutivas, e nossas energias. A lésbica – essa mulher que “tomou uma mulher como amante” – logrou resistir o imperialismo do amo nessa esfera de sua vida. A lésbica descolonizou seu corpo. Ela rechaçou uma vida de servidão que está implícita nas relações heterosexistas-heterossexuais ocidentais e aceitou o potencial da mutualidade de uma relação lésbica – não obstante os papéis.